DIA 21.07.2017 - PADRE CICERO ROMÃO DA RELIGIÃO AS REVOLUÇÕES DO NORDESTE , HISTÓRIA DO BRASIL , PODER E FÉ , FALECEU EM 20 DE JULHO DE 1934 .


Cícero Romão Batista
Presbítero da Igreja Católica
Sacerdote
Padre Cícero com cerca de 80 anos

Título

Padre Cícero, Padim Cíço
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral30 de novembro de 1870
Dados pessoais
NascimentoCratoCearáFlag of Empire of Brazil (1822-1870).svg Brasil
24 de março de 1844
MorteJuazeiro do NorteCearáFlag of Brazil (1889-1960).svg Brasil
20 de julho de 1934 (90 anos)
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo
Cícero Romão Batista (Crato24 de março de 1844 — Juazeiro do Norte20 de julho de 1934) foi um sacerdote católicobrasileiro. Na devoção popular, é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço.[1] Carismático, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará bem como do Nordeste.
Em março de 2001, foi escolhido "O Cearense do Século" em votação promovida pela TV Verdes Mares em parceria com a Rede Globo de televisão[2].
Em julho de 2012, foi eleito um dos "100 maiores brasileiros de todos os tempos" em concurso realizado pelo SBT com a BBC.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Proprietário de terras, de gado e de diversos imóveis, Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do sertão do Cariri. Sempre teve o médico Floro Bartolomeu como o seu braço direito, e integrava o sistema político cearense que ficou sob o controle da família Accioli durante mais de 2 décadas.
Nascido no interior do Ceará, por parte paterna possuía predominante ascendência portuguesa. Seu pai, Joaquim Romão Batista, era filho de Romão José Batista e Angélica Romana Batista. Seus avós paternos foram Francisca Pereira de Oliveira e o português Antonio José Batista e Melo, além de ser bisneto por parte de Francisca do português José Pereira Lima Aço [4]. Sua mãe foi Joaquina Ferreira Gastão, que depois mudou seu nome para Joaquina Vicência Romana, sendo conhecida como dona Quinô. Era filha do baiano José Ferreira Gastão e neta de Manoel Ferreira Gastão e Antônia Maria de Sousa, ambos baianos que emigraram para o Crato [5]. Ainda aos 6 anos, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.
Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade feito aos 12 anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales.[6]
Em 1860, foi matriculado no colégio do renomado padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras, na Paraíba. Aí pouco demorou, pois a inesperada morte de seu pai, vítima de cólera em 1862, obrigou-o a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras. A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família de tal sorte que, mais tarde, em 1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no Seminário da Prainha, em Fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno.[6]

Ordenação[editar | editar código-fonte]

Durante o período em que esteve no seminário, Cícero era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas nas disciplinas relacionadas à oratória e eloquência.[7]
Cícero foi ordenado padre no dia 30 de novembro de 1870. Após sua ordenação retornou ao Crato e, enquanto o bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.

Chegada a Tabuleiro Grande[editar | editar código-fonte]

No natal de 1871, convidado pelo professor Simeão Correia de Macedo, o padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (numa fazenda localizada na povoação de Juazeiro, então pertencente à cidade do Crato), e ali celebrou a tradicional missa do galo.
O padre visitante, então aos 28 anos, estatura baixa, pele branca, cabelos louros, penetrantes olhos azuis e voz modulada, impressionou os habitantes do lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses, exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava de volta, com bagagem e família, para fixar residência definitiva no Juazeiro.
Muitos livros afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter passado horas a fio a confessar as pessoas do arraial, ele procurou descansar no quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento, quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu, conforme relatou aos amigos íntimos, Jesus Cristo e os doze apóstolos sentados à mesa, numa disposição que lembra a última Ceia, de Leonardo da Vinci. De repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo, virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: - E você, Padre Cícero, tome conta deles!

Apostolado[editar | editar código-fonte]

Imagem em Agrestina
Uma vez instalado, foras e viúvas para a organização de uma irmandade leiga, formada por beatas, sob sua inteira autoridade.
Atuou sempre com zelo na recepção dos imigrarmado por um pequeno aglomerado de casas de taipa e uma capelinha erigida pelo primeiro capelão-padre Pedro Ribeiro de Carvalho, em honra a Nossa Senhora das Dores, padroeira do lugar, ele tratou inicialmente de melhorar o aspecto da capelinha, adquirindo várias imagens com as esmolas dadas pelos fiéis.
Depois, tocado pelo ardente desejo de conquistar o povo que lhe fora confiado por Deus, desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade.
Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e com a prostituição.
Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo capelão.
Para auxiliá-lo no trabalho pastoral, o padre Cícero resolveu, a exemplo do que fizera Padre Ibiapina, famoso missionário nordestino falecido em 1883, recrutar mulheres solteintes, dentre eles pode-se destacar José Lourenço Gomes da Silva, líder do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.

Suposto milagre[editar | editar código-fonte]

Estátua do Padre Cícero na Serra do Quincuncá em Farias Brito
No ano de 1889, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a hóstia ministrada pelo sacerdote à religiosa Maria de Araújose transformou em sangue na boca da religiosa. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro.
A pedido de padre Cícero a diocese formou uma comissão de padres e profissionais da área da saúde para investigar o suposto milagre. A comissão tinha como presidente o padre Clycério da Costa e como secretário o padre Francisco Ferreira Antero, contava, ainda, com a participação dos médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima, além do farmacêutico Joaquim Secundo Chaves. Em 13 de outubro de 1891, a comissão encerrou as pesquisas e chegou à conclusão de que não havia explicação natural para os fatos ocorridos, sendo portanto um milagre.
Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas sim um embuste.
Dom Joaquim se posicionou favorável ao segundo parecer e, com base nele, suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo, que viria a morrer em 1914, fosse enclausurada.
Em 1898, padre Cícero foi a Roma, onde se reuniu com o Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício, conseguindo sua absolvição. No entanto, ao retornar a Juazeiro, a decisão do Vaticano foi revista e padre Cícero teria sido excomungado, porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo Dom Fernando Panico sugerem que a excomunhão não chegou a ser aplicada de fato. Atualmente, Dom Fernando conduz o processo de reabilitação do padre Cícero junto ao Vaticano.
Em 13 de dezembro de 2015, Padre Cícero recebeu perdão da Igreja Católica. [8]

Política[editar | editar código-fonte]

Era filiado ao extinto Partido Republicano Conservador (PRC). Foi o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, em 1911, quando o povoado foi elevado a cidade. Em 1926 foi eleito deputado federal, porém não chegou a assumir o cargo.[1]
Em 4 de outubro de 1911, o padre Cícero e outros 16 líderes políticos da região se reuniram em Juazeiro e firmaram um acordo de cooperação mútua bem como o compromisso de apoiar o governador Antônio Pinto Nogueira Accioli. O encontro recebeu a alcunha de Pacto dos Coronéis, sendo apontado como uma importante passagem na história do coronelismo brasileiro[9]
Em 1913, foi destituído do cargo pelo governador Marcos Franco Rabelo, voltando ao poder em 1914, quando Franco Rabelo foi deposto no evento que ficou conhecido como Sedição de Juazeiro. Foi eleito, ainda, vice-governador do Ceará, no Governo do General Benjamin Liberato Barroso.
Ao fim dos anos 20, o padre Cícero começou a perder a sua força política, que praticamente acabou depois da Revolução de 1930. Seu prestígio como santo milagreiro, porém, aumentaria cada vez mais.[10]
Apesar de algumas tentativas de o relacionar com o comunismo e, mais tarde, com a Teologia da Libertação, o padre Cícero era profundamente anticomunista. Numa entrevista concedida em 1931, afirmou: "O comunismo foi fundado pelo Demônio. Lucífer é o seu nome e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o Criador e seus filhos."[11]

Ligação com o cangaço[editar | editar código-fonte]

Floro Bartolomeu e Padre Cícero.
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era devoto de padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, em Juazeiro do Norte, em 1926. Naquele ano, a Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes, percorria o interior do Brasil desafiando o Governo Federal. Para combatê-la foram criados os chamados Batalhões Patrióticos, comandados por líderes regionais que muitas vezes arregimentavam cangaceiros.
Existem duas versões para o encontro. Na primeira, difundida por Billy Jaynes Chandler, o sacerdote teria convocado Lampião para se juntar ao Batalhão Patriótico de Juazeiro, recebendo em troca, anistia de seus crimes e a patente de Capitão.[12] Na outra versão, defendida por Lira Neto e Anildomá Willians, o convite teria sido feito por Floro Bartolomeu sem que padre Cícero soubesse.
O certo é que ao chegarem em Juazeiro, Lampião e os 49 cangaceiros que o acompanhavam, ouviram padre Cícero aconselhá-los a abandonar o cangaço. Como Lampião exigia receber a patente que lhe fora prometida, Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal no município, escreveu em uma folha de papel que Lampião seria, a partir daquele momento, Capitão e receberia anistia por seus crimes. O bando deixou Juazeiro sem enfrentar a Coluna Prestes.

Falecimento[editar | editar código-fonte]

O padre Cícero faleceu em Juazeiro do Norte em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, encontrando-se sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na mesma cidade.
A história que vi ontem em um canal de televisão , sobre Padre Cicero Romão , me fez lembrar de um M. Bofada , nascido em Cariai , Serra do Araripe , veio de Jamacaru , igual a Zumbi , passarinheiro , quando muleque , adorava passarinho de todas as cores e de todas as cores do ser humano , fundador do Centro Cultural de Capoeira Monte Serratt , que contava contos de onde morava , da valentia dos cabras  da mulestes domadores de animais bravos , cangaço de Lampião , terra de Zumbi de tantas revoluções , pela liberdade do povo , história do Reisado das revoluções não veio de Portugal poderia ser parecido e que muitas promessas sua mãe fez a Santo Antonio , Padre Cicero para poder vingar da hidrocefalia , da sua dificuldade,memorisar, dores de cabeça  e lutar pela sobrevivência  , veio parar em Santos , morar de favor , até se restabelecer , foi pedreiro , trabalhador no Mercado Municipal, constituiu familia , conheceu o Caratê , mas o Parada me falou sobre a Capoeira do Mestre Sombra , na Senzala por onde foi a paixão da minha , vida . 
Constituiu , familia e foi morar no Monte Serratt , que nem João de Barro construiu seu casua e com as telhas , blocos e madeira que amigo gringo da Senzala forneceu , construiu a Associação de Capoeira Monte Serratt , tirou muitos muleques da rua , foi Mestre de Capoeira , Rei do Reisado , tocador , de berimbau , cantor e compositor , gravou CD no Brasil e Exterior , sua idéia era morar lá um dia .
Pois , sempre dizia que a capoeira não dava dinheiro , mais era algo , que vicia , estava no sangue e ainda outro dia Mestre Sombra falou algo que era de sua autoria , que o capoeira frea , para o ataque no jogo de capoeira .
E se eu ficar contando como não falar nos 40 anos da fundação Senzala quando fomos caçar madeira para reformar , num sabado , iamos conversando , pegando madeiras e transportando , muitas coisas ele fez , entendia de tudo e juntos muitas artes , 2 bancos para atabaques , divisões para ambientes , portas , uma base para baquetas , caxixi , agogo e reco-reco , ajudou a pintar , na parte hidraulica , etc.
Mas , dentre tantos feitos em batisados , eventos em 2013 , 2014 Onda da Paz sua vida era a capoeira 
e pelo pouco tempo que o conheci , melhor deixou , muitas saudades , de sua alegria , seu modo de agir e falar , em sua casa nunca faltou comida , pelo pouco que tinha era sempre dividida , como a história de Santo Antonio fazia aniversário , mesmo dia que meu pai 13 de junho e um dia contou a história em sua cidade de carregar o pau de Santo Antonio que pesava 2 toneladas e a multidão carregava e era a onde seria o mastro para segurar a bandeira de Santo Antonio .
Muito fez pela capoeira , na Comunidade do Monte Serratt , Brasil e Exterior na Senzala de Mestre Sombra onde iniciou a capoeira .
No dia 01.03.2017 era quarta-feira , demonstraram o seu Reisado , aclamaram tocaram Iuna ,e do Céu trovões e raios uma tempestade se formou , a forte chuva com o vento o Céu lavou , para a viagem do Rei Bahia , Mestre de Capoeira , dedicou sua vida inteira e foi no Céu jogar capoeira com os Mestres , que lá foram morar .

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